ai ai família...


A quatro anos ele sai de casa depois de muito tumúlto e vai morar num condomínio de prédios. O apartamento é alugado e pequeno, tem apenas algumas mobílias que ele levou daqui deixando a "sala de jantar desfalcada" (aff) e uma das salas com mais cara de salão. Não satisfeito (óbvio, ele não nasceu com muito pra viver com pouco) ele se muda pro antigo apartamento da irmã, onde se estabiliza. O ap tem dois quartos, ele compra móveis, uma televisão grande, põe duas camas de solteiro para nós no outro quarto, compra uma ótima cama para ele... essas coisas normais pra uma mudança. Não me lembro quanto tempo depois ele anuncia "estou namorando". Bate o medo, a ansiedade, a raiva e a curiosidade. Descubro que ela mora no mesmo prédio que ele, dois andares acima (me pergunto se rolou um brete no elevador, iucs). Passamos por todo aquele processo de apresentações, conheço a filha (apenas um ano mais velha do que eu, com aparência de uma barbie, mas admito, muito simpática). Passamos um natal todos juntos como uma grande família feliz, depois um ano novo onde me aproximei mais da maninha, blabláblá.
Então ele anuncia: estou morando com ela, em seu apartamento. Ele leva os móveis que pegou daqui e leva lá pra cima, renova a casa que antes tinha uma aparência de "casa da vovó" e deixa com um ar mais moderno.
Mas uma coisa sempre me indignou, nunca mais rolou a história de dormir na casa dele, lá embaixo eu tinha meu quarto, mas agora nem ao menos é dele o lugar. As camas que outrora foram nossas nos dois últimos apartamentos, vieram aqui pra casa substituir as que já tinhamos.
Enquanto tudo isto acontecia, nós três permaneciamos na casa, grande, mas sem a menor segurança (assaltada duas vezes) e implorando para ele comprar um apartamento para nós sairmos daqui (apesar de eu amar essa casa, mas ela já passou do prazo de validade para mim). Mas ele nunca comprou e a justiça não estipula um prazo, é toda uma confusão.
Como se não bastasse ele faz um outro anuncio: vou me mudar para uma casa.
Seguro o grito, não faço comentários e vou pra casa pensar sobre o assunto. A única coisa que eu queria era um quarto pra mim, mas eu já tava ciente de que não teria, seria a mesma coisa, só que agora numa casa.
Outra coisa que me deixa braba é que ele vai se mudar pela quarta vez antes da gente, mas não tem o que fazer, a 'outra' é que vai comprar a casa e sei lá o que.
Vou conversar com ele alguns dias depois e pergunto "quantos quartos têm a casa?", fecho os olhos como que para me proteger da resposta e ouço um "quatro", abro os olhos com cara de surpresa, não consigo segurar um sorrizinho e digo "conta mais..."
Ele diz que a casa era de uma amiga da 'outra' que se mudou para os EUA, deixando uma casa praticamente mobiliada, com piano e bicicletas e tal. Ele me diz que a casa tem até uma piscina térmica, que fica num condomínio relativamente novo e que foi um achado.
Penso eu "ok, a casa dos sonhos da barbie".
Não posso deixar de ficar feliz, meu lado consumista falou muito mais alto do que o da indignação. Mas enquanto todos tiverem um teto para morar, não posso esconder minha felicidade.


ps: a foto é uma mera ilustração, claro. (quem me dera)

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